
Com efeito, mesmo em termos de idade, não existe um consenso determinando o período exato de duração da adolescência. Mesmo assim, vários autores preferem concordar com a idéia de que a fase adolescente inicia depois da infância, por volta dos 12 (dose) anos e termina por volta do 18 (dezoito). Em termos de lei, semelhante à posição anterior, levando em conta o estatuto da criança e do adolescente, adolescência seria o período de vida que dura entre – aproximadamente – 12 (dose) anos e os 18 (dezoito) anos de idade. Essa afirmação pode até ser interessante em termos de lei, porém, não é nada esclarecedora para os profissionais que lidam com adolescentes, exatamente pela complexidade e pelas controvérsias importantes que são apresentadas pelo referido fenômeno.
O que se verifica é uma verdadeira indefinição sobre o conceito de adolescência. Encontramos posições que são diversas das primeiras, são posições de autores que não privilegiam a idade como um critério exato e rígido que determinaria o referido período, para eles, a adolescência não é uma fase natural do crescimento humano, ela diz respeito a um processo cultural, assim referida, pode ser considerada como um fenômeno moderno que, aliás, surgiu e se desenvolveu nos E.U.A a partir do início do século XX. Essa posição, que também pode questionada, propõe uma compreensão da adolescência como uma invenção da modernidade. Atualmente verifica-se uma tendência em concordar com essa idéia, outros autores, todavia, preferem concordar apenas em parte.
O psicanalista Francisco Settineri (1999), tratando da “adolescência como posição subjetiva”, é um dos que fazem parte desta última categoria. Em seu texto, apresenta um dado esclarecedor sobre o que estamos tratando, sobretudo, quando identifica, outrora, preocupações dos pais em relação aos jovens. Destarte, aponta como referência a Comédia “As nuvens”, de Aristófanes, lembrando que, na primeira encenação data 423 A. C., logo no inicio do texto, pode ser identificada a queixa de Strepsíades a respeito de seu filho Fidípides, quando este passa a contrair dívidas em que seu pai, deveras preocupado, terá que pagar para sustentar os caprichos do filho. Fidípides gasta com cavalos, cocheiras. O Pai reclama: “coitado de mim, não posso dormir atormentado pelas despesas contraídas por meu filho (...). [ele exibe] “sua longa cabeleira (...) guia um carro, sonha com cavalos, enquanto eu estou minguando ao ver a lua trazendo os dias dos vencimentos, ao mesmo tempo que as dívidas e os juros se amontoam” (Ibidem., 999, p. 169)
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