Na maior parte, os homicídios são provocados por perfuração, via de regra mediante a utilização de arma de fogo, circunstância de morte que revela intencionalidade do agressor na supressão da vítima. No estado do Rio de Janeiro, a proporção de mortes nessa circunstância é elevada (86.40%), seguindo-se Pernambuco (85%), e São Paulo (71.32%).
Tudo sugere, portanto, que os assassinatos de crianças e adolescentes constituem problema grave em todo o país e, particularmente, nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo. O reconhecimento de um padrão relativamente similar entre as ocorrências indica que não se trata de fatos isolados ou fortuitos. Parece haver uma disposição regular, no interior da sociedade, para aceitar como "normais" acontecimentos desta espécie. No imaginário social de não poucos grupos sociais, crianças e adolescentes procedentes dos estratos sociais mais empobrecidos da população brasileira aparecem como perigosos, verdadeiras ameaças à segurança pública e ao funcionamento harmonioso da ordem social.
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