sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Indices de morte.

No estado do Rio de Janeiro, identificaram-se 68.8% de casos de homicídios na faixa etária de 15-17 anos, proporção sensivelmente superior aos demais estados. Em contrapartida, no estado de São Paulo, ainda que aquela faixa seja a de maior incidência, são elevadas as proporções nas faixas de 0-4 anos (20%) e de 5-9 anos (20%), fato também observado no Espírito Santo e Pernambuco, embora em proporções distintas. Sabe-se que a maior incidência de vítimas, do sexo feminino, ocorre nessas faixas etárias (0-9 anos), em geral ocorrências verificadas no interior do espaço doméstico, praticadas por pessoas próximas às vítimas, como parentes e conhecidos.
Na maior parte, os homicídios são provocados por perfuração, via de regra mediante a utilização de arma de fogo, circunstância de morte que revela intencionalidade do agressor na supressão da vítima. No estado do Rio de Janeiro, a proporção de mortes nessa circunstância é elevada (86.40%), seguindo-se Pernambuco (85%), e São Paulo (71.32%).
Tudo sugere, portanto, que os assassinatos de crianças e adolescentes constituem problema grave em todo o país e, particularmente, nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo. O reconhecimento de um padrão relativamente similar entre as ocorrências indica que não se trata de fatos isolados ou fortuitos. Parece haver uma disposição regular, no interior da sociedade, para aceitar como "normais" acontecimentos desta espécie. No imaginário social de não poucos grupos sociais, crianças e adolescentes procedentes dos estratos sociais mais empobrecidos da população brasileira aparecem como perigosos, verdadeiras ameaças à segurança pública e ao funcionamento harmonioso da ordem social.

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